URBANO

URBANIDADE

HUMANIDADE

UM DESAFIO PARA O SÉCULO XXI

PROJETO DE ARTE POSTAL

Justificativa:

URBANO – vida na cidade - nos últimos trinta anos houve um grande movimento populacional do campo para a cidade, mais de 70% da população brasileira vive em perímetro urbano, resultado de um movimento chamado êxodo rural. Mais do que simplesmente uma mudança no local de sua moradia, houve uma perda da identidade do homem que não é mais do campo, mas se sente exilado nesse novo meio em que se vê obrigado a habitar. Cidades inchadas, falta de infra-estrutura, desemprego e acima de tudo uma falta de identidade cultural, levam a uma crescente e desconcertante angústia, que oprime e anula a criatividade e o sentimento humano.

URBANIDADE – regras de convívio – apesar dos problemas de convivência que o crescimento desordenado das cidades nos trás, permeia um sentimento de solidariedade entre as pessoas. De forma individual ou ligado à comunidades religiosas há uma arrecadação de roupas e alimentos para os mais necessitados, apoio espiritual, amizade, mesmo por parte de pessoas mais desfavorecidas, engendrando uma teia solidária, quase invisível, que impede a queda na barbárie, permitindo que surjam novos sentimentos.

HUMANIDADE – inerente ao ser humano – contudo que é opressivo, o meio urbano não consegue anular totalmente a característica natural do ser humano de ser criativo e buscar o convívio com os outros, mesclando a cultura trazida do campo, com a cultura encontrada na cidade, fazendo surgir um novo conceito cultural. Muitas vezes, resgatada através de festas populares, como Boi Bumbá, Reizados, Congada, Festas Juninas, entre outras, que analisadas isoladamente seriam unicamente rurais, mas que sob nova influência adquirem outras cores. Resgatam também um pouco da história nascente de nossos municípios que embora marcadamente industriais; em sua origem, foram cidades rurais.

Diante de características tão marcantes, que tipo de espaço urbano será criado no decorrer do século XXI?

Quem serão os habitantes dessas metrópoles tão miscigenadas?

Como eu espero que seja o ser humano que irá trilhar os caminhos de nossa cidade?

U

URBANIDADE

B

HUMANIDADE

Com a intenção de incentivar estudantes do Ensino Médio a participarem da I Exposição de Arte Postal da Cidade de Mauá, realizar-se-ia uma Oficina de Arte Postal, ministrada pela arte educadora Cecília A. B. Camargo, com a participação dos coordenadores de escolas de ensino médio, destacando as origens da arte postal e como, através dela, podemos aproveitar um projeto já existente na U.E. e proporcionar a interdiciplinaridade entre as matérias de Português, História, Geografia, Ciências e Educação Artística.

A partir do conhecimento prévio e do contato com o fazer da arte postal, os alunos seriam então, convidados a participarem da exposição acima citada, com o tema Urbano, Urbanidade, Humanidade.

Essa exposição terá a participação de artistas e estudantes de arte de outras cidades e da cidade de Mauá. Como a própria arte postal tem por finalidade aproximar pessoas e estimular a produção artística, seria interessante a participação do maior número de pessoas possível.

Como característica da arte postal, não há premiações dos trabalhos, nem sua comercialização. O que ocorre é que todos os trabalhos enviados são expostos.

Regulamento.

A 1ª Exposição de Arte Postal de Mauá, Urbano, Urbanidade, Humanidade, surge com a proposta de discutir a humanização da ocupação do espaço urbano, de forma que o artista nos mostre sua forma de interagir com o meio urbano, resgatando o lado humano perdido entre o concreto das metrópoles, trazendo à tona o conceito de urbanidade .

· O tema é: Urbano, Urbanidade, Humanidade.

· A técnica e o conceito de realização são livres.

· O período de recebimento dos trabalhos será de 20 de julho à 20 de agosto de 2002, sendo reconhecido como válido a data da postagem no correio.

· · Os trabalhos deverão ter o formato de 18 x 24 cm.

· · O endereço para o envio dos trabalhos, sempre através dos correios, é:

· Teatro Municipal de Mauá – Paço Municipal – Rua Gabriel Marques s/n.º, Centro, Mauá, SP – CEP 09371 – 900.

· · Os trabalhos poderão ser entregues como postais ou dentro de envelopes, que podem ou não, fazer parte da expressão artística do autor. Os envelopes trabalhados serão expostos, conforme seleção da comissão organizadora.

· O suporte deverá ser plano, firme e não se aceitarão obras cobertas com materiais frágeis, tais como vidro ou materiais congêneres.

· · Está aberto para artistas plásticos, designers, publicitários, estudantes e interessados no assunto, não havendo qualquer restrição a participantes e ou suas localidades de origem.

· · Cada participante pode inscrever apenas 01 (um) trabalho. Não será pago qualquer tipo de taxa pela inscrição.

· · Todos os trabalhos recebidos serão expostos no Saguão do Teatro Municipal de Mauá, no período de 06 a 27 de setembro de 2002.

· dados que devem estar contidos, obrigatoriamente, no verso do postal:

Nome:

Nome artístico (se houver)

Endereço:

Cidade:

CEP

Título da Obra:

Técnica utilizada:

· · Caso se consiga patrocínio, será publicado um catálogo sobre o evento.

· · Os casos omissos serão resolvidos pela comissão organizadora. As decisões da comissão são de caráter irrevogável e irrecorrível.

Cronograma

20/07 a 20/08/02	Recebimento dos trabalhos
06/09/02	Abertura da exposição a se realizar no Saguão do Teatro Municipal de Mauá
06/09 a 27/09/02	Exposição de todas as obras recebidas até 20/09/02

BREVE INTRODUÇÃO À ARTE POSTAL.

Na era da comunicação de massa, a ARTE POSTAL pode ser considerada um dos poucos meios de troca de informações que escapou à lei da massificação. É antes de tudo um meio expressivo de revalorização da comunicação interpessoal, uma anárquica prática contra o super poder da "Mass Media", que partiu para a conquista de uma posição de defesa, tipo zona franca, onde grupos marginais de operação artística querem e dividem o desejo de agitar as vias convencionais de correspondência transformando-se em arte e ainda por esse meio a própria vida.

A ARTE POSTAL se utiliza quase sempre do signo-palavra-imagem extrapoladas da Babel da linguagem de “Mass Media” para uma correção da leitura sócio-cultural. É sobretudo uma séria tentativa de reciclagem da utilização da linguagem visual.

Dos primitivos "grafitis" nas paredes das cavernas ao alfabeto pré-cristão, dos signos rústicos às estruturas contemporâneas da linguagem internacional, comunicar magicamente sempre foi e continua sendo a máxima aspiração dos seres humanos, um aspiração tida em pouca conta (por motivos óbvios) apesar do constante aperfeiçoamento tecnológico na área da comunicação.

"Jogar" ARTE POSTAL, em suma, pode ser considerado não apenas um meio comunicativo artístico, mas antes de tudo liberatório. É a superação das barreiras do ego, dogmas e nacionalidade; uma reação ao isolamento do homem contemporâneo.

Ray Johnson (seu fundador) começou a circular ARTE POSTAL nos Estados Unidos nos anos 50 e não foi por acaso que ela nasceu e se desenvolveu num contexto social no mais alto grau de sofisticação. Os artistas americanos no entanto não detêm o monopólio da ARTE POSTAL, que também, irrompeu através da Europa Oriental e Ocidental, Canadá e América Latina.

Cada país reflete seu sistema através da ARTE POSTAL e a conjuntura política afeta mais ou menos o conteúdo político de seus envelopes. Mas a ARTE POSTAL responde também a outras tendências e atitudes de outras "mídias".

Cresce a cada dia o número de pessoas que se utiliza dessa arte, com imagens de forte qualidade visual, concepções altamente individualizadas e largo apoio dos diversos meios de produção como Xerox 6.500, Polaroid e estruturas gráficas através da computação. ARTE POSTAL é uma das importantes formas de expressão artística dos anos 80.

Mais que expressão artística é uma atitude, cuja principal força talvez esteja na possibilidade que abre a qualquer pessoa de participar desse "jogo". Liberta aquele que quer se manifestar de forma criativa, do mundo mercantilista que invadiu a produção de arte, para se comunicar através se signos e imagens, resultando desse "jogo", um retrato fiel do mundo cotidiano desses artistas.